A beira do caminho

28/06/2024

   Estar à beira do caminho

Há aqueles que, ao se encontrarem à margem do caminho, observam com admiração o homem entre eles e dizem: "Ele cura a lepra e traz luz aos cegos.

Há aqueles que, ao observarem com curiosidade à beira do caminho, dizem: "Ele cura." Outros, com um olhar mais atento, notam que ele não apenas cura, mas também traz a pedagogia da inclusão.

Àqueles leprosos que foram levados para viver distante da cidade, ele os traz de volta limpos e pergunta: "Quantos foram curados? Somente um voltou para me olhar nos olhos.

Já ao cego, ele reconstruiu o sistema nervoso, arterial, venoso e muscular, e ativou o cérebro com um singelo toque. Lidando com o ânimo e o futuro, ele disse: "Vá pelo caminho."

Alguns poderiam chamar isso de apenas um milagre, arquivando-o como um simples tópico. Outros, porém, dizem: "Ele traz luz ao conhecimento humano, pra quem está à beira do caminho."

Estar à beira do caminho.

Ele sempre passa pelo caminho em algum momento da nossa vida.

Muitas vezes, de maneira obtusa e seletiva, falhamos em reconhecê-lo.

Mas se por um toque divino formos profundamente tocados, poderemos forjar nossa própria compreensão.

Quando eu era pequeno, deitado na calçada e observando as nuvens, enquanto as crianças brincavam na rua com brinquedos, bola e carrinho de rolimã.

Eu olhava fixamente para as nuvens. Me ensinaram que os anjos viviam no céu, então, na minha teoria, ali não havia muito lugar para eles se esconderem.

Então, eu esperava captar um deslize de algum deles ao tentar se esconder atrás das nuvens e ansiava por conseguir vê-los.

Não é como se eu passasse muito tempo fazendo isso, olhando para o céu.

Aquela nuvem parece uma pipoca. Aquela ali tem a forma de um elefante com um nariz bem grande. E aquela parece o esboço de alguma ideia em construção, algo como 'a coisa'.

Com a cabeça apoiada no chão, sobre os ladrilhos vermelhos, eu passava boa parte da minha infância observando, nos intervalos entre uma brincadeira e outra.

A bola rola para lá e para cá, o carrinho desce a rua, e o grito de vida ecoa dos pulmões da menina de voz soprano, entusiasmada com uma nova brincadeira.

O vento muda o quadro do céu, trazendo novos personagens. E o tal do Anjo ainda não aparece.

"Parece que devo ficar apenas à beira do caminho", pensava.

"Talvez ele esteja ocupado demais." Isso reconfortava minha alma.

À beira do caminho.

Ele passou à beira do caminho.

Alguns achavam que ele era um curandeiro, um senhor rico, já outros diziam que ele é o arquivo perdido de todo o software humano.

À beira do caminho, eu olhava para o céu.

Com a cabeça descansando no chão, nos caquinhos de ladrilho vermelho.

Adultos brincavam, outros corriam, enquanto alguns discutiam suas diversas teorias.

O vento sopra e no quadro do céu já surgem novos personagens.

"E nada de aparecer o tal do Anjo", parecia ouvir à beira do caminho.

• "Ânimo! Levante-se! Ele o está chamando."

• "O que você quer que eu faça?"

• "Mestre, Liga a minha Geolocalização. "eu quero ver."

Isto para mim, assim como para você, caro leitor.

Continue caminhando

Marcos 10:46-52

Lucas 17:11-19

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On the edge of the road

28/06/2024

        Being on the edge of the road

There are those who, finding themselves on the sidelines of the road, observe with admiration the man among them and say, "He heals leprosy and brings light to the blind.

There are those who, with curiosity at the roadside, say, "He heals." Others, with a closer look, notice that he not only heals but also brings the pedagogy of inclusion.

To those lepers who were taken to live far from the city, he brings them back cleansed and asks, "How many were healed? Only one came back to look me in the eyes.

And to the blind, he rebuilt the nervous, arterial, venous, and muscular systems, and activated the brain with a simple touch. Dealing with spirit and future, he said, "Go along the way."

Some might call this merely a miracle, filing it away as a simple topic. Others, however, say, "He brings light to human knowledge, for those who are on the edge of the road." Being on the edge of the road.

He always passes by the road at some point in our lives.

Often, in a obtuse and selective manner, we fail to recognize him. But if by a divine touch we are deeply touched, we can forge our own understanding.

When I was little, lying on the sidewalk and watching the clouds, while the children played in the street with toys, balls, and carts. I stared at the clouds. 

They taught me that angels lived in the sky, so in my theory, there wasn't much room for them to hide there.

So, I hoped to catch one of them slipping while trying to hide behind the clouds and yearned to see them. 

It's not like I spent a lot of time doing that, looking up at the sky. That cloud looks like popcorn. 

That one looks like an elephant with a very big nose. And that one looks like the outline of some idea under construction, something like 'the thing.' 

With my head resting on the ground, on the red tiles, I spent much of my childhood observing, in the intervals between games. 

The ball rolls back and forth, the cart goes down the street, and the shout of life echoes from the lungs of the soprano-voiced girl, excited about a new game. 

The wind changes the sky's tableau, bringing new characters. And that Angel hasn't shown up yet. "It seems like I should just stay on the sidelines," I thought.

"Maybe he's too busy." That comforted my soul. On the edge of the road. He passed by the roadside. 

Some thought he was a healer, a wealthy gentleman, while others said he is the lost file of all human software. On the edge of the road, I looked up at the sky. 

With my head resting on the ground, on the shards of red tile. Adults played, others ran, while some discussed their various theories. The wind blows, and in the sky's tableau, new characters emerge.

"And still no sign of that Angel appearing," it seemed to hear at the edge of the road. "Cheer up! Get up! He's calling you." "What do you want me to do?" "Master, turn on my Geolocation. 'I want to see.'

This for me, as well as for you, dear reader.

Keep walking

Mark 10:46-52 Luke 17:11-19